quinta-feira, 21 de março de 2013

ENCOSTO: mais um trabalho dos infernos da RZP

"Encosto" é o mais novo trabalho de Joel Caetano, lançado pela Recurso Zero Produções, produtora independente de São Paulo/Brasil. O terror conta a história de um homem que, após um ritual satânico, descobre que o preço por seus desejos pode ser alto demais.

O filme foi escrito e dirigido por Joel Caetano, que também faz parte do elenco com Crispin Thomas. A direção de fotografia é de Fernando Calabron, a maquiagem de efeitos fica a cargo do fantástico Rodrigo Aragão, a produção é de Mariana Zani e a trilha sonora fica nas mãos talentosas de Tiago Galvão.

O filme foi recém-lançado no México durante o festival internacional Aurora: Muestra de Horror. Em breve os locais e datas de exibição pelo Brasil serão revelados. Mais informações podem ser vistas no blog: http://www.recursozero.blogspot.com.br/

Veja o teaser trailer clicando aqui.

ENTREVISTA: Boni Coveiro - fanzineiro e diretor dos anos 90



Quem é Boni Coveiro?
R: Bom, O Coveiro inicialmente foi um personagem criado para compor o fanzine chamado The Bastards, (1996) que hoje está extinto. Logo tomou proporções e tornou-se protagonista em seu primeiro filme em vídeo trash, chamado O Mensageiro Das Trevas que, teve uma seqüência O Guardião Do Inferno. Ainda existe um terceiro filme, último da trilogia que ainda não tem data definida para início das filmagens, até por que estou envolvido com um outro filme já em andamento. Sobre a história do personagem posso dizer que o Coveiro é a reencarnação de Cérbero, o cão de três cabeças que guarda as portas do inferno. Gerado de uma união maldita entre uma poderosa feiticeira e o próprio Lúcifer veio na forma humana para o nosso mundo com a missão de recrutar almas para o "tinhoso". Na vida adulta trabalhou como Coveiro no cemitério de um vilarejo próximo a cidade de Chapecó - Sul do Brasil. Por praticar vários assassinatos seguidos de canibalismo, aparentemente sem nenhuma explicação foi executado pelos próprios moradores locais, que, fazendo justiça com as próprias mãos atearam fogo no Coveiro. Anos mais tarde uma entidade maligna volta a cidadezinha para assombrar os moradores, e o restante da história dá para se imaginar, né? (risos)
O fanzine "The Bastards" assombrou os anos '90 com a mais plena escatologia do underground e nas suas páginas desfilaram figuras fodásticas do underground como Luciano Irrthum, Peter Baiestorf, Toninho do Diabo e Marcos T.R. Almeida... Fale-nos mais sobre este e outros trabalhos da época.
R:
Esses foram grandes colaboradores e amigos que tive a honra de contar com suas colaborações na época do zine. Figuras carimbadas do underground que enriqueciam muito as páginas do The Bastards. Desses ainda tenho contato com alguns, como o Petter Baiestorf, o Toninho do Diabo e outros. Infelizmente os demais não tenho mais contato. Nos anos 90 a cena era riquíssima em se tratando de fanzines, uns mais elaborados outros nem tanto, o que importava era estar divulgando os trabalhos, idéias, desenhos, filmes, bandas e afins. A troca de informações era fantástica, ainda não possuíamos o contato com uma ferramenta comum hoje entre nós, a internet, que só chegou ao alcance dos "zineiros" alguns anos depois, antes disso a internet era mais elitizada. Lembro dos "flyers" que o pessoal mandava junto com seu zine nas cartas, divulgandos outros fanzines, bandas, etc... Lembro-me bem de alguns que recebia com certa freqüência, ARGHHH, Juvenatrix, Astaroth entre outros. Saudades mesmo daquele tempo, que eu não via a hora de chegar em casa do trabalho para abrir a caixa do correio e me deparar com alguma correspondência, hoje a internet facilitou em muito a vida dos zineiros, mas o prazer de abrir o envelope e me deparar com uma "revistinha" feito á punho pelo cara é insuperável!
Falar do "The Bastards" e não citar as grotescas receitas da Vovó Genoveva chega a ser um pecado mortal. Gostaria de sabem quem foi o criador deste "carismático" personagem e o porquê de sua morte prematura?
R:
O criador foi eu mesmo. Só não me pergunta da onde eu tirei a idéia porque não sei! (risos). Achei que era uma boa pegar um personagem diferente para colocar no zine. Até então era algo novo, não vi algo assim em nenhum outro e arrisquei. Uma velha, bruxa sei lá, dando receitas grotescas para os leitores, pensei que ficaria no mínimo engraçado, cômico. Por nossa “mestra-cuca” a Vovó Genoveva ser uma bruxa os leitores poderiam esperar a cada número receitinhas com ingredientes realmente grotescos e nada convencionais como vemos hoje em programas de TV como Ana Maria Braga (risos). Depois ela ganhou várias versões, cada desenhista colaborador queria mostrar o seu ponto de vista da velhinha, e isso foi muito bom, pois era sempre algo diferente a cada número que era lançado. Quis poupar o personagem para não ficar “maçante”, então dei umas férias forçadas a ela, alguns números depois o The Bastards deixava de existir e foi enterrado junto com a boa velhinha (risos).
Você sabe que esta entrevista não seria completa sem que nós perguntássemos sobre o incidente ocorrido no concurso que escolheria o sucessor do Zé do Caixão. Poderia nos dizer como foi que terminou e o que mudou desde então?
R:
Acho que foi em 1999 que rolou o concurso, era promovido pelo próprio José Mojica Marins, juntamente com uma rádio creio eu, para escolher o sucessor do seu personagem “Zé do Caixão” nos filmes de horror que ele fosse produzir futuramente. Lembro-me bem de ter visto uma matéria sobre o concurso na MTV, onde a Cris Couto dava detalhes de como se inscrever seria um concurso de nível nacional. Anotei tudo e na manhã seguinte fui pras correrias da inscrição. Lembro-me que uma das exigências era não possuir tatuagens (pois descaracterizaria) o personagem, se apresentar com roupas pretas e pagar uma quantia de R$ 60,00 mais despesas para São Paulo no caso do candidato ser de outra cidade ou estado. Fui para São Paulo com a cara e coragem, era uma fila quilométrica de dobrar quarteirão de tanta gente inscrita. Eram aos milhares. Participei de duas eliminatórias onde me coloquei com sucesso, detalhe; eu estava caracterizado de Boni Coveiro, isso me deu certa vantagem com relação aos outros candidatos lá presentes. Lá pelas tantas já aqui em Chapecó ouvi boatos que o concurso já teria um candidato pré-selecionado para ganhar o concurso, imediatamente liguei para a Sra. Mira, assessora do Mojica na época e questionei... vixe... tomei um esporro da mulher, me indignei e decidi não mais participar da última fase. Já estava sem grana e não contava com o apoio de nenhum patrocinador. A final deu-se no Programa do Ratinho no SBT com transmissão ao vivo num sábado, e o vencedor foi Rubens Mello, um cara super gente fina que conheci lá e tenho contato até hoje, aí compreendi que tudo não passava mesmo de um boato, pois o cara tem talento e o fez por merecer, o que ficou de mágoa mesmo foi a discussão por telefone com a tal Mira. Mas já passou, aliás, há muitos anos. Admiro o trabalho do Mojica, até por que o cara é o percursor de tudo no Brasil. O lado positivo fiquei bem conhecido pelas entrevistas e várias portas se abriram para mim depois disso. Foi válido!
Você praticamente "hibernou" no cenário underground por alguns anos... Qual o motivo para o ressurgimento do Boni Coveiro numa época onde os fanzines de papel estão quase extintos?
R:
Retornei sim, mesmo como você bem disse numa época onde os fanzines de papel quase não existem mais. Não com o zine, mas sim com os filmes do personagem. Os tempos mudaram hoje a tecnologia nos permite uma troca de informação mais veloz do que há dez anos atrás. Fiquei por mais de cinco anos parado, afastado dos meus trabalhos, pois tive que dar prioridade para algumas coisas, a faculdade em que me formei a pouco, por exemplo, sou da seguinte opinião; “faça poucas coisas, mas bem feitas do que várias ao mesmo tempo e ficar uma porcaria” (risos). Agora terei mais tempo para dedicar-me as coisas que realmente gosto.
O que você acha da transição dos fanzines de papel para os blogs e e-zines em PDF?
R:
Acho ótimo, como eu disse, a tecnologia veio para nos auxiliar, deixar as coisas mais fáceis do que eram anos atrás, o mais bacana de tudo é a rapidez da troca de informações. No caso dos filmes, por exemplo, hoje contamos com o advento do Youtube para colocarmos qualquer vídeo de nossa autoria ou não para que milhares de pessoas conheçam seu trabalho, quer propaganda melhor e mais barata que isso? Antes isso era impossível de se conquistar. No caso dos zines não é diferente, o caminho é esse e infelizmente o nosso tão querido zine em papel irá desaparecer, (tomara que isso não aconteça!)
Sobre os seus filmes... Pretende retomar os seus projetos antigos, iniciados com a Extreme Prod. ou o pensamento do Coveiro mudou com a experiência?
R:
Na verdade, há muitos anos não pertenço mais a Extreme Produções, os outros caras chegaram na boa e me deram como sugestão “partir para carreira solo” (risos), pois o meu personagem estava em evidência e o forte da produtora nunca foi filme de terror, então resolvi tomar o meu caminho. E foi legal assim, somos amigos até hoje e participamos indiretamente um das produções do outro.

Já existem projetos de lançar novamente as histórias macabras de Boni Coveiro agora que existem mais opções por meio das editoras de quadrinhos alternativas?
R:
Não descarto essa idéia não, de maneira alguma, mas em primeiro momento penso nos meus filmes, que já me tomam bastante tempo. Em uma segunda oportunidade quem sabe o Coveiro não aparece por aí dando suas foiçadas novamente. De qualquer maneira tenho um blog, um perfil no Orkut e uma comunidade que já existem a um tempinho, lá coloco minhas idéias junto com o pessoal adicionado, relato as novidades das minhas produções e faço contatos. Tá de bom tamanho... mas um zine em PDF iria bem a calhar!

Qual a mensagem que o Coveiro mais sarcástico do underground tem para os novos leitores e apreciadores do movimento gore?
R: Que nunca desistam de seus sonhos, dos seus trabalhos ou deixem de fazer as coisas que gostam. Eu sou prova disso, persisti por vários anos, e muita gente boa ainda está por aí... Divulgando seus trabalhos das mais diversas formas, tudo com muita criatividade e força de vontade, são esses fatores que não me permitem deixar o underground, é essa magia que acontece que acho extremamente bacana. Se tiver vontade de fazer cinema independente faça! Se tiver vontade de montar e publicar um zine faça! Quero muito ver por anos, sangue e tripas voando nos quadrinhos, nos filmes trash, etc... (risos)
Muito obrigado por este bate-papo e esperamos que Boni Coveiro venha novamente com força total para assombrar (e causar asco!) a nova geração.
R: Eu que agradeço pela oportunidade de expor minhas idéias, elogio pelas perguntas bem elaboradas e me ponho ao seu dispor amigo, sempre que precisar. Aos leitores deixo meu abraço, peço que acompanhem meu trabalho e entrem em contato comigo sempre que quiserem. 

Vida longa ao trash!!!

sexta-feira, 8 de março de 2013

ENTREVISTA: Renato Rosatti, do site Boca do Inferno e editor do fanzine Juvenatrix


Desde quando você "trabalha o Horror" no Boca do Inferno?
ROSATTI: O site existe desde Maio de 2001, mas eu entrei na equipe de colaboradores em meados de 2002, e desde então tenho uma grande quantidade de textos, entre artigos e resenhas de cinema publicados (são mais de 400...).

Como é levar profissionalmente o cinema fantástico num país onde o gênero horror é visto como má influência?
ROSATTI: Acho que o gênero Horror é visto como “má influência” em qualquer lugar do mundo, não só no Brasil. É difícil trabalhar com o gênero, não há dúvida, uma vez que queremos realizar um trabalho sério (Horror é apenas mais uma expressão de arte) e existe grande quantidade de preconceito e obstáculos que incomodam. Ao divulgar e produzir Horror, não estamos fazendo apologia à violência e sim apenas ao divertimento, e essa idéia muitas vezes não é compreendida pelo público comum.

Antes de se associar ao site, qual era sua ocupação no circuito alternativo?
ROSATTI: Antes de 2002 já atuava na cena underground desde 1988, na co-edição do lendário fanzine “Megalon”, junto com o amigo de longa data Marcello Simão Branco. Depois, em 1991, lancei o “Juvenatrix”, fanzine de Horror e Ficção Científica há 18 anos em atividade, com 113 edições no momento e mais de 3.000 páginas publicadas. Já fui também co-organizador da “HorrorCon”, lendária convenção de horror que acontecia anualmente em São Paulo nos anos 90.

RHB - De acordo com a lenda, o "Boca do Inferno" é a página sobre cinema de horror mais acessada da América Latina... você desmente ou confirma esta questão?
ROSATTI: O site “Boca do Inferno.Com” é o portal mais completo com informações sobre Horror e mais visitado da internet brasileira, e talvez da América Latina. Para conferir, analisem a quantidade de textos de cinema (artigos e resenhas) escrito exclusivamente por colaboradores, além de contos e outros materiais interessantes sobre o gênero.

O que você tem a dizer sobre a nova geração do horror no cinema ou dos quadrinhos?
ROSATTI: Poucos têm sido os filmes de horror produzidos na atualidade que tenho apreciado. Estão faltando novas idéias aos executivos da indústria de cinema, que ao terem como objetivo unicamente o lucro, estão deixando de lado a qualidade de uma boa história. Por isso, temos a produção de tantas refilmagens e a utilização sem controle de clichês exaustivos que prejudicam o entretenimento num filme de horror. Mas, por sorte, ainda temos alguns exemplos que dignificam o gênero como “Encarnação do Demônio”, “REC” e “O Nevoeiro”, citando apenas filmes que foram lançados nos cinemas brasileiros em 2008.

Todo o material exposto é enviado pelos colaboradores ou o site possue um arquivo próprio sobre o cinema de horror?
ROSATTI: O site recebe os textos de cinema (artigos e resenhas) dos colaboradores, mas a maioria das notícias sobre as produções em andamento, coleta de fotos e outros materiais são pesquisados pelo webmaster Marcelo Milici (que também recebe a ajuda eventual de colaboradores).

Quanto a revista "Boca do Inferno.com". Qual é a sua expectativa de produção e como funciona o controle do que é publicado?
ROSATTI: A tiragem é pequena, pois não há distribuição profissional. É mais um trabalho de idealismo de uma publicação amadora, mas dentro das possibilidades e recursos disponíveis, a produção da revista é ótima, com capas coloridas e papel de qualidade. O controle do material publicado é de responsabilidade do José Salles, patrocinador da revista e responsável pela editora “Júpiter II”, parceira do site “Boca do Inferno.Com” nesse projeto, que já está na 3ª edição.

De uns dois anos pra cá o gênero HORROR pareceu ganhar um espaço maior. Novos eventos, grupos e páginas são lançados e pequenas editoras começam a abrir as portas. Como você enxerga esta aproximação?
ROSATTI: O mundo não pára, e inevitavelmente também o gênero Horror está ganhando novos fãs a todo tempo, aumentando a legião de seguidores. Isso obrigatoriamente impulsiona o crescimento do gênero de uma forma geral. Surgem mais eventos, lançamentos de livros, produção de filmes, e a internet também ajuda na divulgação com a criação de sites, blogs e comunidades para todos os lados. Obviamente isso tudo deve ser encarado como algo interessante, mas acho que não extrapola a normalidade, ou seja, o gênero está crescendo como tudo no mundo, não existe nada em especial.

Agora uma pergunta um tanto pessoal...Como é ser um "Mestre Infernauta" na sua respectiva profissão? Você conversa sobre seus gôstos no ambiente de trabalho?
ROSATTI: Como já abordado numa das perguntas anteriores, o “Horror” não é um gênero para o público comum. Então, no meu caso específico, não é prudente expor meus gostos pessoais no ambiente de trabalho, a não ser que encontre alguém com pensamento similar.

Uma pergunta crucial. Você já assistiu todos os filmes postados no site Boca do Inferno?
ROSATTI: Certamente que não. A quantidade de filmes abordados no site é imensa e muitos deles são de difícil acesso. Eu tenho o costume de anotar numa lista os nomes de todos os filmes que assisti na vida. São cerca de 1500 filmes de Horror e Ficção Científica, sendo que muitos deles não foram analisados no site e existem outros tantos analisados por colegas colaboradores e que não vi até hoje.

Ainda sobre filmes.. .o que você acha das produções independentes de horror que voltaram a surgir e quais as críticas sobre as mesmas?
ROSATTI: Como mencionei anteriormente, o gênero Horror vem crescendo inevitavelmente, e com isso também a produção de filmes independentes. Com a facilidade dos tempos modernos, os fãs tem tido acesso a produzirem seus próprios filmes. Eu admiro muito o trabalho idealista de se fazer um filme, independente do resultado final, onde muitos filmes esbarram em histórias repletas de clichês e efeitos exageradamente toscos. Porém, ainda assim surgem obras muito interessantes como por exemplo o capixaba “Mangue Negro”, o mineiro “Era dos Mortos” e o brasiliense “A Capital dos Mortos”.

Você tem algum projeto para lançar novos trabalhos voltados ao Terror?
ROSATTI: Sinceramente, meu tempo livre está muito reduzido, e esse pouco tempo ainda tem que ser dividido entre outras coisas, para ver filmes, ler livros, escrever textos de cinema, editar o fanzine “Juvenatrix” e o blog “Infernotícias”, que não penso em nada em especial para novos projetos. Se conseguir manter essa produção, já estou satisfeito.

Muito obrigado pelo tempo dispensado à esta entrevista. Espero que a aliança entre a Suburbia Horror Show e o Boca do Inferno reforce-se cada vez mais nesta árdua trilha que é o underground.
ROSATTI: Conheço vocês há muito tempo e sei do idealismo de vocês. Admiro o grande trabalho sempre realizado. Sucesso para todos nós e continuemos juntos espalhando o Horror e manchando com o vermelho do sangue a tela dos computadores dos leitores...

ENTREVISTA: Marcelo Milici, do site Boca do Inferno


Desde quando você "trabalha o Horror" no Boca do Inferno?
MILICI: Há mais de oito anos venho nessa luta de divulgação do gênero através do Boca do Inferno. O site tem 10 anos de existência, mas antes disso eu já trabalhava nele, divulgando meu TCC sobre o "Horror Gótico nas Literaturas Inglesa e Norte-Americana".

Como é levar profissionalmente o cinema fantástico num país onde o gênero horror é visto como má influência?
MILICI: É bastante complicado. Ainda existe preconceito contra o gênero e contra aqueles que trabalham nele. Além disso, os próprios fãs do estilo não são unidos, não costumam participar de eventos e festivais, não divulgam os lançamentos... Ainda assim, o desafio e a possibilidade de facilitar o acesso daqueles que não possuem muito conhecimento sobre terror tornam todo o processo muito divertido.

Antes de se associar ao site, qual era a sua ocupação no circuito alternativo?
MILICI: Antes de me associar ao site, eu fazia faculdade e tinha uma banda de rock. No circuito alternativo eu fazia produções caseiras de terror, envolvendo serial killers e seitas malignas, e promovia sessões de histórias de terror e exibições de filmes toscos.

De acordo com a lenda, o "Boca do Inferno" é a página sobre cinema de horror mais acessada da América Latina... você desmente ou confirma esta questão?
MILICI: Não é lenda, é um fato. Temos uma média atual de quase 30.000 visitas diárias, sendo que muitas delas não são brasileiras. Inclusive, o Brasil nem é o país que mais visita o site, é apenas o terceiro. Não há grandes sites do gênero na América Latina. Por exemplo, na Argentina, há boas revistas sobre o gênero, lojas especializadas, mas páginas na internet não são o forte deles. 

Quer ver ume exemplo? Visite o melhor site argentino do universo fantástico: AXXON.

O que vocês tem a dizer sobre a nova geração do horror no cinema ou dos quadrinhos?
MILICI: Nos quadrinhos, eu posso dizer que é promissora. Com a revista Boca do Inferno.com tive a possibilidade de conhecer alguns artistas voltados para o terror e fiquei bastante animado com o talento deles. Há boas histórias a serem contadas, só falta espaço. Já no cinema há um certo desânimo quando se chega à conclusão de que há pouco talento criativos no estilo: Eli Roth, Maurice Devereaux, Franklin Guerrero Jr.? Ainda fico com a velha guarda, o grande mestre: José Mojica Marins!

Todo o material exposto é enviado pelos colaboradores ou o site possue um arquivo próprio sobre o cinema de horror?
MILICI: Os colaboradores enviam críticas, artigos, contos, imagens, entre outras coisas. Quando o material é exposto no site, ele passa a fazer do arquivo do Boca do Inferno. Então, eu diria que o site existe graças aos colaboradores, e os colaboradores conseguem destaque graças ao Boca do Inferno.

Quanto a revista "Boca do Inferno.com". Qual é a sua expectativa de produção e como funciona o controle do que é publicado?
MILICI: Desde criança, eu sempre quis trabalhar com histórias em quadrinhos. Cheguei a fazer três anos de curso de desenho para um dia poder publicar meu próprio material. Então, quando surgiu a possibilidade de desenvolver uma revista Boca do Inferno fiquei bastante feliz. Cada novo número que sai do forno é uma grande satisfação! O controle do que é publicado fica a cargo do dono da editora que sempre escolhe o que acha mais interessante para os leitores de suas publicações. Particularmente, estou plenamente satisfeito com o que saiu até o momento, e acredito que os leitores do site também estão.

De uns dois anos pra cá o gênero HORROR pareceu ganhar um espaço maior. Novos eventos, grupos e páginas são lançados e pequenas editoras começam a abrir as portas. Como você enxerga esta aproximação?
MILICI: Eu acho ótimo esse crescimento do gênero, mas sei que poucos se manterão ativos. Para trabalhar com o horror no Brasil, é preciso dedicação, persistência, muita força de vontade e idealismo. Já tivemos outras grandes explosões do gênero, por exemplo, em 1996, quando o "Cine Trash" colocou o horror na moda, lançando produtos, muitos filmes em VHS, revistas em quadrinhos, álbum de figurinhas, lançamentos constantes nos cinemas e sites voltados para o estilo. Pois, quase nada daquela época durou (apesar de aumentar o número de fãs). Muita crítica e falta de profissionalismo voltaram a enterrar o terror. Mas, como um bom morto-vivo, ele sempre retorna...

Agora uma pergunta um tanto pessoal...Como é ser um "Mestre Infernauta" na sua respectiva profissão? Você conversa sobre seus gôstos no ambiente de trabalho?
MILICI: Como professor, eu utilizo muito o terror nas minhas aulas. No ano passado, fiz um concurso de redações de terror com meus alunos do supletivo; e levei os adolescentes para assistirem "A Hora do Espanto", desenvolvendo resenhas a respeito. Há o preconceito, principalmente daqueles alunos e pais extremamente religiosos, mas, em suma, são experiências gratificantes. Eles me apelidaram de "Gore Lord". Gostei!

Uma pergunta crucial. Você já assistiu todos os filmes postados no site Boca do Inferno?
MILICI: Não tem como assistir a todos os filmes do catálogo do site. São muitas produções feitas todo ano, além dos clássicos do passado, e preciso dividir meu tempo com a preparação de aulas, com a atualização do site, minha banda, mas, principalmente, com a minha esposa. Ainda assim, consigo ver uma média de 200 filmes anuais, sem deixar de rever o que há de melhor do estilo.

Ainda sobre filmes.. .o que você acha das produções independentes de horror que voltaram a surgir e quais as críticas sobre as mesmas?
MILICI: Antes eram apenas "produções caseiras de terror", um material mais engraçado do que propriamente assustador, mas, os avanços tecnológicos e o acesso aos recursos fizeram "qualquer filme de fundo de quintal" utilizar computadores e efeitos especiais convincentes. Então, nem podemos chamar mais de "produções caseiras", já que o trabalho é semi-profissional e muito bem feito. Estou bastante animado e acredito que o futuro é ainda mais promissor.

Você tem algum projeto para lançar novos trabalhos voltados ao Terror?
MILICI: Sempre. Ainda sonho com a minha própria "Fangoria", com meu programa em vídeo de internet, e quero publicar os artigos e críticas do site em formato de livro, divididos por subgêneros. Idéias não faltam, tempo é fácil de ajeitar, o problema é arrumar patrocínio para que as intenções se transformem em realizações. Ainda chego lá.

Muito obrigado pelo tempo dispensado à esta entrevista. Espero que a aliança entre o Suburbia Horror Show e o Boca do Inferno reforce-se cada vez mais nesta árdua trilha que é o underground.
MILICI: Agradeço pela oportunidade de falar sobre o site e sobre o meu gênero favorito. Também espero que consigamos estreitar as alianças e que grandes projetos surjam em parceria.

Vamos continuar nessa longa jornada rumo ao inferno...

ENTREVISTA: André Honey, do projeto Cine Horror


Qual a motivação para criar o Projeto CINEHORROR e quantos membros o próprio possue? 
R: Sempre tive o grande sonho de conseguir um espaço para exibir o outro lado do cinema em público e de quebra reunir esse pessoal freak que só se conhece por orkut. O Cinehorror nasceu com um só organizador. Da primeira edição eu dei conta sozinho, da segunda nem tanto, da terceira me fugiu totalmente o controle, que me levou a organizar um coletivo que hoje deve ter 5 membros contando comigo.

Já faz tempo que você tem essa empatia com o cinema alternativo ou foi uma daquelas "erupções espontâneas" de criatividade? 
R: Eu sempre gostei de cinema horror. Dediquei boa parte do tempo à maioria dos clássicos e ao horror de cinema. Com o tempo ouvi falar de Cannibal Holocaust, que me levou ao circuito exploitation italiano e que me levou ao Toxic Avenger. Quando cheguei no Toxic Avenger não podia mais passar perto de filmes normais, e viva o cinema feito com mais culhões do que com grana! Minha vida seria bem mais chata e menos inspirada se eu não conhecesse Lloyd Kaufman, Jess Franco, Russ Meyer e tantos outros.

O Espaço Impróprio sempre foi um lugar para expôr o underground em todas as suas vertentes ou houve alguma "conversação" para encaixar o seu projeto? 
R: O Espaço Impróprio é underground antes mesmo de qualquer esboço de Cinehorror. O pessoal de lá é bastante libertário, eles têm uma cabeça muito aberta. Lá sempre rolou shows e eventos do submundo, eles ensaiavam uma idéia de cinema livre que ainda estava engatinhando. Quando eu cheguei com o meu projeto, fizemos a parceria perfeita.

Uma coisa que notei no local foi a total harmonia do trash-gore com o movimento vegan. Sempre foi assim ou já surgiram algumas discussões entre os grupos? 
R: Nunca surgiu nenhum tipo de discussão, até porque, não tem nem motivo pra isso. Se você for vegan ou mesmo que não seja, mas estiver aconchegado, come o rango de lá, que é gostoso pra caralho! Se não quiser comer rango vegan, é só sair e comer um espetinho de rua na Augusta, é pertinho, não tem nenhum conflito. As vezes tem um ou outro que fala merda por alto, mas se algum cabeça-de-bagre levantasse esta questão pra valer, mereceria um esculacho.

Você já trabalhou a idéia de exibir um pouco do que rola no cinema-gore underground anteriormente ou o Espaço Impróprio foi o seu "debut"? 
R: Foi como eu disse antes, sempre quis exibir as bagaceiras em público, mas só conseguia fazer pequenas sessões regadas à cerveja e sangreira na minha casa. O legal, algo que eu não tinha imaginado, é que as sessões são como as que eu fazia em casa, só que agora tem muito mais sangreira, muito mais cerveja e muito mais gente!

Existe a possibilidade de transformar o CINEHORROR em algo mais amplo ou "em time que está ganhando não se mexe"? 
R: Existe e inclusive quero que isso aconteça, só precisa estruturar mais a coisa toda. Ainda estamos engatinhando, talvez o Cinehorror continue igual, mas quem sabe eu, ou qualquer pessoa impulsionada por este recomeço, não decida fazer algo maior?

Nos fale sobre os pontos altos e baixos do projeto até agora? Como é administrar uma coisa que, na verdade, você gostaria de estar participando? 
R: O ponto alto do Cinehorror é o acesso a raridades do cinema e a pessoas que gostam das mesmas coisas que você, tudo num espírito de liberdade atípico. O ponto baixo é a estrutura, sai legal, mas não do jeito que eu realmente queria, muita coisa tem de ser improvisada por falta de grana. Administrar o evento é maravilhoso, porque é tudo na verdade uma grande festa, com gente fumando charuto, bebendo cerveja, dando risadas e etc. Foi por querer participar da festa e precisar dar suporte para que o evento role como programado ao mesmo tempo, que eu organizei o coletivo, porque em festa eu não costumo ser um exemplo a seguir.

E falando em pontos baixos...Como foi recebida a intervenção da Polícia Militar no CINEHORROR 3? Figuras conhecidas como Liz Vamp e Rubens Mello ainda estavam presentes no local? 
R: Eu não vou dar nenhum discurso anti-polícia porque é foda, mas é claro que os gambés foram muito mal recebidos. Não houve nem a possibilidade de fazermos acordo, a vizinhança acionou a polícia por causa do barulho, e os caras apareceram pra foder mesmo. Ou fechava a casa, ou pagava uma indenização de 25 mil pilas! Liz e Rubens ainda estavam por lá, tanto que fizeram de tudo pra tentar um acordo, mas não houve. Lamentável, mas já é página virada.

Falemos agora de Peter Baiestorf...como foi trabalhar com essa figura que possue a fama de ser temperamental e expontânea ao extremo? 
R: É muito foda trabalhar com um cara que você admira. Se falasse sobre, acabaria lambendo o saco pra caralho e nem perceberia! O Petter é um cara genial, uma figura que inspira muitas coisas com a garra que tem. Com certeza trabalharemos juntos novamente.

Além de exibir e promover bandas, curtas e longas do circuito alternativo você se dedica a outros exercícios? 
R: Eu sempre tive bandas que vão aos trancos e barrancos e agora estou começando a realizar o meu primeiro filme. Precisa ter uma determinação forte pra não largar tudo. O preconceito é grande, a viabilidade financeira também. Todos que mexem com cultura underground, seja música, cinema, desenho ou qualquer coisa, precisa ser não é nem guerreiro, é guerrilheiro!

Qual é a meta original do CINEHORROR? 
R: É levar ao público o cinema obscuro num clima descontraído, sem aquele ar blasé.

Obrigado por dispensar o seu tempo para ceder esta entrevista e quero que saiba que o Suburbia Horror Show estará aberto para qualquer projeto, ok? 
R: Meu tempo foi muito bem aproveitado, fico feliz em ter este espaço pra falar do projeto e fico ainda mais feliz em saber que tem gente interessada e lutando por este submundo da cultura do qual fazemos parte. Muita força pra vocês, gostei pra caralho! Obrigado.

ENTREVISTA: Marcos T. R. Almeida, da Corvo Produções


Marcos T R Almeida é o criador ou a criatura? Quanto da sua vida pessoal existe em seus trabalhos? 
R: Vocês não imaginam o quanto eu estava ansioso por esta entrevista! Quanto a questão sou absolutamente o criador, sempre envolvido diretamente com minha arte, tentando separar bem as coisas para não ser mal interpretado, uma tarefa bem difícil que as vezes chega ser bem penosa para um aquariano nato como eu, que vibra na energia de Apollo e vivencia muita coisa da arte na vida pessoal.

Os fanzines foram uma fuga ou exposição do seu caráter? 
R: Os fanzines foram para mim uma maneira de dar vida a muitas coisas que sempre carreguei dentro da alma, jamais uma fuga! Eles sempre foram algo de alternativo que tinha que de alguma forma transcender sobre formas bem variadas de emoção, contemplação, meditação, amor ao estudo pontificado, a pesquisa, o entretenimento, a diversão, etc. Não somente meus próprios fanzines, mas os fanzines dos meus amigos também tiveram para mim uma importância enorme!

Além de "O Corvo", quais os outros trabalhos da Corvo Produções? 
R: A "Corvo Produções " produziu bastante, mas as tiragens e as publicações foram baixas e nem sempre de boa qualidade, sem contar com a má vontade de pessoas que faziam o xerox. Mas eu destaco como obras de grande relevância os fanzines: Caligola, Lilith, o Espirito Byroniano, Condessa Elizabeth Bathory, Filosofia de Dandy, Fogachos Imorais, Vênus ninfas e Bacantes, Poemas da noite eterna, Revoada de corvos e etc.

Os textos, trabalhos de pesquisas, artigos de horror, contos, ilustrações, além de textos dispersos e perdidos muitos deles foram publicados pela primeira vez no fanzine Juvenatrix, de Renato Rosatti, que muito me apoio e cedeu espaço em seu fanzine que é bem conceituado em todo Brasil e é conhecido até no exterior! Também citarei alguns filmes amadores feitos por mim como : Prisioneiro da vida, Countess Erzebthe Bathory, Aratron no Reino da Feitiçaria etc, além da parceria com a Daddy Produções do veterano José Salles que também muito me apoio e acreditou na força do meu trabalho, desta união surgiram Succubus de Lilith, Devaneios do Conde Lopo, Aratron: Ritual do Delírio, Revide ao Entardecer etc. Mas estes trabalhos foram dirigidos por José Salles, também no fanzine Sombria Escrituras do Arcano também foi publicado algumas coisas de minha autoria, entre tantos outros fanzines de amigos ao longo de mais de 8 anos.

Byron é um suporte para os seus trabalhos ou um refrlexo do que você pensa?
R: Lord Byron é até certo ponto uma fonte inesgotável para muita coisa que produzi, mas não fiquei preso apenas ao perfil byrionano, mas confesso que depois de ter lido a sua biografia, alguns de seus poemas, e obras como Manfredo, Mazeppa, Beppo, Corsario etc. Alem de outros fragmentos, a tendencia byroniana ficou gravada de forma muito forte na minha personalidade, não posso negar a herança do repobro maldito em minha vida, isso foi muito proveitoso a ponto de não poder expor aqui maiores detalhes.
Porem tenho meu próprio modo de pensar e de ver as coisas, mas a sombra de Byron com certeza arrastarei até o túmulo, se até´lá eu não descobrir o "elixir de longa vida"...

Qual a origem do personagem "Conde Lopo" e como surgiu a proposta de transforma-lo em um personagem de historias em quadrinhos? 
R: O Conde Lopo original é de Alvares de Azevedo, mas a sua "continuidade" de mim, era como se eu fosse de fato aquele Conde, argurado, aventureiro, solteiro , voltado para a vida contemplativa, amigo fiel dos fantasmas e das prostitutas, mulheres dispostas a colaborar, com verdadeiro Dandy levado ao vicio e a orgia o mesmo na observação do meu amigo Laudo F. Junior " um gótico do século XVIII. A ideia de transformar toda essa temática em histórias em quadrinhos partiu de José Salles e eu achei genial, pois era exatamente a oportunidade que eu esperava para poder ressuscitar o Conde Lopo esquecido nas páginas da nossa literatura e desta forma dar ao mesmo tempo vida as minhas próprias extravagancias! E foi muito gratificante ver o personagem tomar vida como um vampiro que voltou da sepultura por si mesmo!

Seus filmes são ousados ... você tem patrocínio ou tudo vem do " cash " da Corvo Prod.? 
R: Não tenho patrocínio e como expus por escrito no meu blog tudo é um grande processo colaborativo sem fins lucrativos ou financeiros.

Você tem apoio familiar para suas produções? 
R: Minha família sempre me apoio em tudo na minha vida, mas em relação aos trabalhos desta natureza preferi não contar com o apoio deles mas fazer tudo por conta própria, tendo apoio apenas de amigos e amigas.

Qual o alicerce " religioso " de Marcos T R Almeida? 
R: Meu "relígare" se identifica absolutamente com o paganismo, não sou ateu, acredito na sabedoria dos grandes iniciados e citaria apenas Hermes Trimegisto como um dos maiores! Sou muito apegado as culturas antigas e primitivas independente de seu grau de evolução, me eduquei pelo Helenismo e vejo nos arquétipos do panteão grego-romano o ideal consagrado a algo de melhor, minha religião é a beleza e a natureza somando as verdades irrevogáveis da ciência, religiosamente estou muito bem resolvido e realizado, e bem longe do cristianismo.

Porque o fascínio por Lilith, uma divindade do panteão matriarcal? 
R: Me limitarei um pouco nesta questão, sendo já no estagio em que eu estou envolvido com este arquétipo da antiga Babilônia, bastante avançado, não seria sabedoria de minha parte revelar aqui os grandes segredos da alta magia, espero que me compreendam.

Existe reconhecimento do "Conde Lopo" na sua vida publica?
R: Acredito que sim! A divulgação da HQ lançado pela antiga SM Editora atual Júpiter II de José Salles foi muito boa, os amigos da internet, do site Boca do Inferno.com, entre outros todos colaboraram na divulgação. Quem me conhece de perto pode associar o Conde Lopo a minha pessoa... O meu personagem foi de fato a continuação daquele original criado por Alvares de Azevedo sendo ambos enquadrados no mesmo perfil byroniano.

Já sofreu represalias em meio à alguma de suas produções cinematográficas?
R: Jamais! Mesmo porque o objetivo é apenas se divertir não radicalizar com extremismos muitos agressivos. É muito gratificante acabar cada ano e você poder ver aquele trabalho que você mesmo produziu, o tempo passa mas o que você produziu fica.

Com o advento da internet você acha que os fanzines serão esquecidos ou evoluidos?
R: Tudo na vida se esquece! Somente quem contempla e estuda a história com devoção se dá o direito de relembrar e rever o que foi importante no passado. Grandes obras, grandes nomes já ´há muito tempo caíram no esquecimento, os fanzines serão esquecidos, mas puderam serem lembrados por quem realmente gosta, mas a tendencia é a imigração para internet e nos devemos aproveitar esse maravilhoso recurso da melhor forma! Cabe a nós uma internet cada vez melhor, evitando baixar o nível como fazem os tolos que vivem mandando vírus , chingando os outros, usando mentiras, ofensas, cantarolas e debandadas para o crime, gente sem nenhum traço de cultura ou educação! A evolução é um direito de todo ser, mas não vou desprezar o velho empoerado livro de sebo, ou aquele antigo fanzine xerocado feito por algum entendido no assunto que se propôs em fazer.

Qual o propósito do seu novo Blog "Exóticos e Pitorescos"? 
R: O proposito do blog é exaltação dos sentimentos e das sensações mundanas, a afirmação e o apego a vida, a aventura, ao desconhecido do mundo real, o reconhecimento das obras de artes deixadas por pessoas que acreditaram num mundo melhor e mais bonito, contemplação da beleza da natureza, o exótico e o píctoresco como boa degustação do prazer elevado, a importância em empreender passeios e viagens e se deslocar para lugares desconhecidos como um "Child Harold" ...

No dia 01 de março foi realizado o evento "Boca do Inferno.com" Com um de seus trabalhos?Qual a sensação de autografar um trabalho de linha publica ao inves de um zine? 
R: Foi muito gratificante a experiência do dia 1º do Março de 2008, me deu ânimo para continuar a trabalhar, a produzir, ainda que sejam "rabiscos" mas que tenham algum fundamento mais profundo e que possa ir mais longe do que imaginamos. Foi muito bacana se reunir com os amigos e amigas e com certeza haverão outros eventos desse nível.

Qual será o proximo passo da "Corvo Produções"? 
R: São tantos projetos! São tantas ideias! Que a cabeça as vezes não pode nem comportar, o tempo é tão curto, mas acredito que tudo saíra na hora certa. Em andamento está o filme "O Anjo de Pedra" dirigido por Alexandre Ribeiro e por mim, também uma infinidade de textos inéditos saindo dos arquivos, pesquisas de assuntos interessantes, poemas, e uma provável entrevista com vocês no Arquivo Geral Corvo Zine!

O resto é surpresa e se eu contar tudo ai perde a graça, obrigado a todos vocês e até a próxima!

quarta-feira, 6 de março de 2013

Encerradas as filmagens de METAXU - SEQUÊNCIA 1

Kapel Furman (cineasta, artista plástico, especialista em efeitos especiais e produtor de DESALMADOS: O VÍRUS) está para lançar seu novo curta, "Metaxu - Sequência 01", que faz parte do Projeto METAXU, um vídeo-arte formado de várias seqüências de histórias independentes baseadas nos textos de Simone WeilO projeto é produzido por Thais Simi, Silvana Ivaldi e Helena Magon.

Enquanto o curta-metragem ainda não é liberado resta-nos apenas ver algumas fotos da produção e o making-of do filme.

 


QUEM FOI SIMONE WEIL?

Simone Adolphine Weil (Paris, 3 de fevereiro de 1909 — Ashford, 24 de agosto de 1943) foi uma escritora, mística e filósofa francesa, tornou-se operária da Renault para escrever sobre o cotidiano dentro das fábricas.

Lutou na Guerra Civil Espanhola, ao lado dos republicanos, e na Resistência Francesa, em Londres; por ser bastante conhecida, foi impedida de retornar à França como pretendia; acometida de tuberculose, não teria admitido se alimentar além da ração diária permitida aos soldados, nos campos de batalha, ou aos civis pelos tickets de racionamento.
Com a progressiva deterioração de seu estado de saúde, em estado de desnutrição, faleceu poucos dias depois de seu internamento hospitalar.


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